“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou, em conversas  reservadas nos últimos dias, que a crise política envolvendo o ministro  da Casa Civil, Antonio Palocci, expõe a ausência de um alguém com perfil  de “gerente administrativo” no Planalto para reagir à turbulência e  mostrar que o governo continua trabalhando.
Alguém ao estilo da própria presidente Dilma Rousseff. “Falta à Dilma  uma própria Dilma”, disse Lula, segundo relatos de interlocutores que  estiveram com o petista.
Dilma foi ministra da Casa Civil no governo Lula, substituindo José Dirceu, que caiu no escândalo do mensalão em 2005.
Nas conversas com aliados, Lula ressaltou que, agora, a Casa Civil  adotou um perfil político com a entrada de Palocci. No governo Dilma, o  ministro da Casa Civil perdeu atribuições administrativas, como o  comando do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), licitações,  auditorias sobre o uso de recursos federais, e o programa Minha Casa,  Minha Vida.
O objetivo era livrar Palocci dessas tarefas para dedicar-se exclusivamente ao assessoramento político da Presidência.
Agora, o bombardeio contra ele atinge justamente o centro político do  governo, num contexto em que não há margem para a Casa Civil – no caso,  o próprio Palocci – reagir com uma postura administrativa, como Dilma  fez ao substituir Dirceu.
Ou seja, no atual cenário, não haveria resposta que não fosse a  política, a não ser que Dilma esteja disposta a repetir o comportamento  dela própria no pós-mensalão. 

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