Não dá mais para fingir que nada acontece. Nem que a obrigação é do vizinho e nada vai acontecer comigo ou minha família. A dengue está aí. E pode matar. Em 27 municípios cearenses, já alcançou o status de epidemia. A constatação foi anunciada ontem pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Como O POVO publicou com exclusividade na última sexta-feira, 1º.
As localidades com mais de 300 doentes por grupo de 100 mil habitantes ou que tenham registrado morte por Febre de Dengue Hemorrágica (FDH) ou Dengue com Complicação (DCC) são consideradas em surto epidemiológico.
É o caso de Fortaleza. A cidade contabiliza 2.405 contaminações e quatro óbitos confirmados de janeiro a março. Além disto, tem bairros com incidência de 13.548 ocorrências por 100 mil moradores.
Em Pedras, área da SER VI, é assim. “Pelo número de casos, a gente caracteriza como epidemia no Estado todo. Mas estar ou não em epidemia não muda muita coisa para nós, porque já vínhamos fazendo um trabalho intenso de controle focal”, argumenta o titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alexandre Mont’Alverne.
A Sesa fala em “risco potencial (de epidemia) em todo o Ceará”. E anuncia R$ 4 milhões liberados pelo Ministério da Saúde para ações de combate ao Aedes aegypti e ampliação de leitos hospitalares. A Capital ficará com R$ 2 milhões. “Mas é claro que vamos precisar de mais”, admite o titular Arruda Bastos.
Preocupação até julho
A partir de agora, inicia-se uma guerra contra o mosquito. Dez carros fumacês foram liberados pelo MS para cobrir toda a Capital e cerca de 2.200 agentes de saúde de Fortaleza aforam incorporados à atuação dos agentes de endemias no combate à dengue. “Nossa preocupação vai até o meio do ano”, projeta Bastos.
Segundo o secretário, 30 leitos do Hospital da Polícia Militar (HPM) darão retaguarda à demanda do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), já ampliado em 26 vagas. Esta semana, a Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza deve disponibilizar outros 20 lugares para receber pacientes com dengue.
Há tanto risco de a epidemia aumentar que a Sesa admite até a possibilidade de por em funcionamento as quatro Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Fortaleza mesmo com elas inacabadas. Serviriam de pontos de hidratação.
É preciso seriedade das prefeituras na realização dos ciclos de combate do mosquito, ampliação das equipes de PSF e mais cuidado em casa para conter o avanço da doença. As residências representam nada menos que 72% dos focos de dengue encontrados no Nordeste.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Diante da epidemia, poder público e sociedade devem agir ainda mais em conjunto. Do contrário, 2011 pode superar 2008, ano em que 45 mil casos de dengue foram confirmados. Faça a sua parte e siga as ações do Governo.
Fonte: O Povo online
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