Em sua estreia no comando de uma sessão plenária, a primeira vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), chamou a atenção ao interromper o som do microfone para cortar a palavra de seu correligionário, conterrâneo e ex-marido, Eduardo Suplicy (PT-SP). “Senador Suplicy, acabou o tempo”, advertiu Marta pela última vez. “Agora preciso obedecer à senhora presidente”, retrucou o conformado petista.
Marta concedeu dez minutos de tempo regimental para que Eduardo Suplicy discursasse na tribuna. Ele inscreveu-se, como orador, a fim de divulgar uma carta escrita hoje pelo refugiado político Cesare Battisti, que se encontra preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Suplicy é um dos políticos engajados na libertação do italiano, para que ele continue no Brasil.
Diante da polêmica que envolve o assunto, vários senadores pediram apartes a Suplicy. Entre eles, o líder do DEM, José Agripino (RN), João Pedro (PT-AM), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Demóstenes Torres (DEM-GO). No comando da sessão e diante do interesse despertado pelo tema, Marta prorrogou o tempo de Suplicy por mais quatro minutos, que, no entanto, foram utilizados na intervenção dos senadores João Pedro e José Agripino.
Esgotado o tempo, Marta fez soar a campainha de advertência do plenário e advertiu o ex-marido. Conformado, ele pediu, apenas, o acréscimo à ata do plenário dos demais documentos que acompanhavam a carta do italiano, como as alegações do advogado de defesa, da Advocacia Geral da União, e uma carta da escritora francesa Fred Vargas, namorada de Battisti.
Fonte: Estadão
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