Na carta, Yunes afirma que a decisão foi tomada para preservar sua dignidade diante das denúncias do empreiteiro. "Repilo com a força de minha indignação essa ignominiosa versão", diz. Foi a primeira baixa do governo Temer seguindo o acordo de delação da Odebrecht.
"Nos últimos dias, senhor presidente, vi meu nome jogado no lamaçal de uma abjeta delação, feita por uma pessoa que não conheço, com quem nunca travei o mínimo relacionamento e cuja existência passei a tomar conhecimento, nos meios de comunicação, baseada em sua fantasiosa alegação, pela qual teria eu recebido parcela de recursos financeiros em espécie de uma doação destinada ao PMDB", diz a carta.
Elementos de prova
Na delação em que cita Yunes e Temer, Cláudio Melo diz que possui "elementos relevantes" de prova, como ligações telefônicas. O ex-executivo destaca que possui registros que podem levar a investigação "muito além daquilo que o simples acesso ao sistema (de pagamentos) da empreiteira pode permitir".
Melo Filho afirmou, em anexo entregue ao Ministério Público Federal, que o presidente Michel Temer pediu "apoio financeiro" para as campanhas do PMDB em 2014 a Marcelo Odebrecht, que se comprometeu com um pagamento de R$ 10 milhões.
O ex-executivo detalha um jantar com Temer no Palácio do Jaburu, no qual estiveram presentes Temer, Marcelo Odebrecht e Padilha. Segundo o delator, Temer solicitou "direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as campanhas do PMDB no ano de 2014".
(Estadão)
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