quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Deputado contesta ações de desarmamento

O principal debate na sessão de ontem da Assembleia Legislativa foi sobre o brasileiro não poder estar armado

Deputados estaduais cearenses retomaram um debate que há muito tempo estava adormecido no plenário da Casa: a política de desarmamento no Brasil. Alguns parlamentares criticaram a medida, que segundo eles, só tem servido para aumentar o número do tráfico de armas no País, fortalecer a bandidagem e deixar indefesa a população. Enquanto isso, outros condenaram a defesa de armamento da população, visto que a sociedade não está preparada para fazer uso dessas munições.

"Sob o manto de proteger a população, a política do desarmamento expõe o cidadão a violência sem lhe dar o direito de defesa", disse o republicano Manoel Duca, lembrando que o projeto de desarmamento demonstra ser uma ação "derrotada" e "inócua" deixando a população órfã de segurança.

Segundo ele, milhões foram gastos para tentar desarmar as pessoas, mas não há preocupação em acabar com o aumento do tráfico ilegal de armamento pesado, o que acaba por "punir" a população que não ver os índices de violência diminuírem, no País e no Ceará. "Foi fácil retirar as armas das pessoas de bem, pois essas pessoas estão sendo alvos de marginais. Elas tinham esperança de que a violência fosse estancada, e ao contrário, a violência aumentou e muito. Quanto mais se prende os marginais armados, mais armas aparecem", reclamou.

Ele citou o mapa da violência 2013, que demonstrou que os gastos e os desarmamentos não diminuíram o aumento de mortes com armas de fogo, ou seja, enquanto a população foi desarmada "a bandidagem continua armada". O deputado relatou ainda o aumento em assaltos a bancos, ataques a carros blindados, assim como a helicópteros da Polícia, além de inúmeros assaltos e assassinatos de policiais em confronto com criminosos fortemente armados.

"Vivemos em um País em que os valores muitas vezes se investem e isso tem causado o aumento da criminalidade e o Estado protetor mostra-se ineficiente e por isso teima em criar programas emergentes que não conseguem atingir seus reais objetivos", criticou ele, reclamando ainda que o programa de desarmamento está apenas "iludindo a população".

Defesa

Duca lembrou que em 2011 já tratava do tema, defendendo a necessidade do cidadão de portar arma para a sua defesa e de sua família. Osmar Baquit (PSD), corroborando com o republicano, disse que lugares mais afastados da Capital são alvos de roubos constantes e no caso de fazendeiros, desarmá-los é complicado, visto que a segurança tem maior dificuldade de chegar lá.

"A situação é desigual, porque o cidadão está desarmado e os bandidos cada vez mais bem armados. Ou a gente tem uma ação mais eficaz de desarmar os bandidos ou não temos como saber aonde isso vai dar. O homem do sertão está desprotegido com dois ou três policias nas cidades, não tem como se socorrer e se tiver arma ele será preso", reclamou o deputado Osmar Baquit.

O peemedebista Neto Nunes também criticou a falta de proteção dos cidadãos de municípios mais distantes de Fortaleza e disse que as pessoas que moram em tais regiões não podem estar à mercê da sorte e que por isso deveriam ter o direito ao porte de armas para protegerem suas áreas. Manoel Duca ressaltou ainda que existe um Projeto de Lei de Rogerio Peninha Mendonça, tramitando na Câmara Federal, tratando do estabelecimento de novas regras para a proposta vigente atualmente. "Como é que pode o nosso produtor rural não poder ter sua espingardinha para proteger sua ovelha, seu bode, e enquanto isso a Polícia não tem competência para coibir as ações dos bandidos?"

Reagindo

Vasques Landim (PR) também reclamou da burocracia para o cidadão comum conseguir uma arma, enquanto o tráfico de armas "corre solto" em todo o País, por isso, defende ele, que o Estatuto do Desarmamento é uma "letra morta". Contrariando as falas de seus pares, a deputada Fátima Leite (PRTB) disse que a política de desarmamento foi crucial para a defesa do cidadão.

Mirian Sobreira (PSB) também se contrapôs às falas de Manoel Duca e disse que o cidadão comum ainda não está pronto para andar armado. "Os policiais estão morrendo porque estão reagindo em assaltos e olhe que eles são preparados. Eu acho que isso tem que ser uma discussão mais ampla. Eu sugeriria mais políticas públicas para o cidadão".

Augustinho Moreira (PV) foi outro que criticou as colocações do republicano e lamentou o fato de seu colega estar "desacreditando" no Poder Público. Ele ressaltou que o necessário é dar sugestões para o Estado agir e não querer transformar o País em um "faroeste", armando toda a população.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário