O nível de instrução dos pais é fator determinante na
formação educacional dos filhos. É o que mostra o estudo Suplemento de
Mobilidade Sócio-ocupacional, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
2014, lançado hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Foi a primeira vez que o instituto abordou a forma como a origem
sócio-ocupacional pode influenciar a inserção laboral dos filhos.
Segundo os dados analisados, entre os pais que não eram
alfabetizados aos 15 anos, 23,6% dos filhos também não eram na mesma idade e
apenas 4% completaram o nível superior posteriormente. Entre os pais com nível
superior completo, apenas 0,5% dos filhos não tinham instrução aos 15 anos,
enquanto 69,1% também completaram o nível superior. O levantamento foi feito
com pessoas a partir dos 25 anos e que moravam com o pai aos 15.
Quanto ao rendimento médio desses trabalhadores, a
escolaridade do pai também apresenta forte influência. Entre os que não têm
instrução, o valor vai de R$ 717 para quem não tem pai instruído a R$ 2.324
para quem tem pai com nível superior completo. Na população de trabalhadores
com nível superior completo, a renda varia de R$ 2.603, quando o pai não tem
instrução, a R$ 6.739 quando o pai também tem nível superior.
A análise apresenta leve variação quando se leva em conta a
escolaridade da mãe, porém a tendência permanece a mesma observada com os dados
do pai. Apesar de destacar a importância do suporte familiar, o IBGE ressalta
que a formação e o rendimento do trabalhador envolve uma conjunção de fatores.
Outro fator analisado é a idade em que a pessoa entrou para
o mercado de trabalho. Segundo o IBGE, enquanto 59,6% dos filhos de
trabalhadores agrícolas começaram a trabalhar até os 13 anos de idade, o
percentual cai para 7,5% entre os filhos de profissionais das ciências e das
artes. A maioria dos filhos dessa categoria entra no mercado entre os 20 e 25
anos, com 30,8%. Entre os filhos de trabalhadores de serviços administrativos,
40,8% começam a trabalhar entre 14 e 17 anos, percentual que sobre para 48,9%
entre os filhos de trabalhadores da produção de bens e serviços e de reparação
e manutenção.
A idade com que a pessoa entra no mercado de trabalho também
varia conforme a situação de ocupação dos pais. Enquanto 46,6% dos filhos de
pessoas sem carteira assinada ingressam no mercado até os 13 anos, a proporção
cai para 15,2% entre os filhos de militares e funcionários públicos
estatutários.
Do total de entrevistados, 33,4% reproduziram as ocupações
dos pais, 47,4% melhoraram as condições de trabalho em relação aos pais e 17,2%
ocuparam postos com maior vulnerabilidade e menor rendimento. Na comparação com
a ocupação das mães, o IBGE identificou mobilidade ascendente de 45,2% e
mobilidade descendente de 11,5% na ocupação dos filhos.
(Agência Brasil)
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