terça-feira, 13 de maio de 2014

Dilma visita obras da transposição do Rio São Francisco no Ceará

As obras Transposição do Rio São Francisco, com cerca de 60 % dos serviços concluídos, receberão nesta terça-feira, a visita da presidente da República, Dilma Rousseff. Ela cumprirá sua segunda agenda na região, conforme a Assessoria de Imprensa do Ministério da Integração Nacional. A presidente retorna à obra na região depois dois anos, quando esteve em Mauriti, para anunciar a retomada dos trabalhos, após adequações no projeto, e chegou a se reunir com vários empresários de consórcios na região. Também passou recentemente pelo Aeroporto de Juazeiro, e visitou obras no sertão do Estado de Pernambucano.
Ela irá desembarcar no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro do Norte, mas até o final da manhã de ontem sua agenda ainda não estava fechada em relação ao horário previsto de sua chegada na região. Do local, a presidente Dilma seguirá para a cidade de Jati, onde está sendo construída uma das maiores barragens da Transposição, num dos eixos das obras para cidades do interior da Região Nordeste.
Iniciadas ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007, as obras da transposição, que têm como meta beneficiar cerca de 12 milhões de nordestinos, devem ficar prontas até o próximo ano, mobilizando sua capacidade máxima de contratação de funcionários, com trabalhos distribuídos durante 24 horas.
Mais da metade dos investimentos previstos já foram gastos na obra. São cerca de R$ 4,5 bilhões, dos R$ 8,2 bilhões anunciados. A transposição do Rio São Francisco beneficiará populações do sertão dos Estados do Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, com a redistribuição das águas, num dos maiores projetos governamentais já executados na Região Nordeste.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, há no canteiro de obras, mais de 2,9 mil máquinas em funcionamento, além de cerca de 10 mil trabalhadores. O projeto é formado por dois canais que percorrem 477 quilômetros lineares. A Integração do Rio São Francisco também envolve a construção de 14 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios e quatro túneis para transporte de água. O objetivo é garantir a segurança hídrica em 390 cidades nos quatro estados beneficiados.
Durante a sua vinda em fevereiro de 2012, a presidente destacou a obra da transposição como estratégica, assegurando ao Nordeste melhores condições de desenvolvimento. Ainda classificou como uma das mais significativas desse início de século, por criar condições de se ter uma agricultura diferenciada, numa região que se caracteriza pela seca. A reconfiguração da obra, desde a sua base inicial, foi realizado em 2011.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o Projeto de Integração do Rio São Francisco já conta com todas as etapas de execução 100% contratadas e em andamento. Em meados de abril deste ano, o ministro Fernando Teixeira esteve em Jati visitando as obras e disse que o objetivo é concluir o canal até o próximo ano. Ele foi acompanhado por uma comissão de empresários da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
As obras concluídas até o momento referem-se aos dois Canais de Aproximação do Eixo Norte e Leste. Diversos trechos do Eixo Norte estão em funcionamento 24 horas por dia, incluindo os municípios Brejo Santo, Jati e Mauriti, no Estado cearense, e São José das Piranhas, na Paraíba. Com isso, é dado segmento ao canal, na construção dos 15 quilômetros do túnel Cuncas I, o maior da América Latina, localizado também em Mauriti, e também nos municípios pernambucanos de Salgueiro e Cabrobó.
O Projeto também prevê recursos de quase R$ 1 bilhão (cerca de 12% do total) para programas básicos ambientais, conforme condicionantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O empreendimento garantirá o abastecimento de água desde grandes centros urbanos da região, como Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato, Mossoró, Campina Grande e Caruaru, até centenas de pequenas e médias cidades no semiárido e de áreas do interior do Nordeste, priorizando a política de desenvolvimento regional sustentável.
 
Cinturão das Águas
No Ceará, a redistribuição das águas do São Francisco será ampliada por meio do investimento do Governo do Estado, no projeto Cinturão das Águas, beneficiando a produção agrícola em dezenas de municípios, inclusive no Cariri. As ações no projeto vão garantir o acesso à água para a região Nordeste, que possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água, o que provoca grande irregularidade na distribuição dos recursos hídricos, pois o rio São Francisco apresenta 70% de toda a oferta regional.
As bacias beneficiadas pela água do Rio São Francisco serão: Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó e bacias do Agreste, em Pernambuco; Jaguaribe e Metropolitanas, no Ceará; Apodi e Piranhas-Açu, no Rio Grande do Norte; Paraíba e Piranhas, na Paraíba. A previsão é que sejam recuperados 23 açudes e mais 27 reservatórios sejam construídos.

(Diário do Nordeste)

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