A estiagem que atinge as regiões do Sertão Central, Inhamuns, Sertão de Crateús e Vale do Jaguaribe, no Ceará, traz preocupação para autoridades e produtores rurais. Alguns Municípios já começaram a fazer avaliações de perda de safra e do quadro de abastecimento de água com o objetivo de fundamentar inevitáveis decretos de emergência. A Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) considera a situação preocupante e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) começa a se preparar para definir ações que serão necessárias para socorrer os Municípios afetados pela seca neste período.
A maior parte do sertão do Ceará segue um quadro regional de estiagem. No Nordeste, cerca de 220 Municípios já decretaram estado de emergência. Os Estados mais afetados são Bahia, Alagoas e Piauí. Rios secaram e falta alimento para o gado e água de beber para as famílias afetadas pela falta de chuva. Exceto alguns Municípios das regiões Cariri cearense e Centro-Sul, o Ceará, a julgar pelo quadro atual, vai enfrentar mais um ano de significativa queda na safra e dificuldades de abastecimento de água e alimento para o rebanho.
O coordenador de Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Itamar Lemos, disse que, na próxima sexta-feira, haverá reunião com representantes de várias entidades ligadas ao setor agropecuário para avaliar o quadro atual. "Estamos preocupados, acompanhando com relatórios a situação no Interior e, até o fim desta semana, vamos ter as primeiras conclusões sobre a situação", anunciou.
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, mediante a gravidade que ocorre no Interior, decidiu convocar o Conselho de Defesa Civil do Estado para também avaliar os efeitos da estiagem no sertão. "Nesta ou na próxima semana, vamos nos reunir para discutir os tipos de ajuda aos Municípios, que incluem abastecimento de água, distribuição de alimentos, liberação de Garantia Safra e trabalho para manter o homem no campo", explicou o coordenador estadual, coronel Hélcio Queiroz.
Até ontem, a Coordenadoria de Defesa Civil do Estado ainda não havia recebido nenhum pedido de homologação de decreto de emergência por causa da estiagem, neste ano. Segundo a legislação vigente, o Município tem autonomia para elaborar a Notificação Preliminar de Desastre (Noprede), o relatório de Avaliação de Danos (Avadan) e o decreto de emergência. Esses documentos são encaminhados para a Secretaria Nacional de Defesa Civil, que tem prazo de dez dias para reconhecer ou solicitar mais informações. Cópias são encaminhadas para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil que faz a homologação e promove as atividades de socorro às vítimas da seca.
O coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil de Quixeramobim, Marcos Machado, disse que até o próximo dia 15 será concluído o levantamento em todo o Município sobre a frustração de safra e situação de abastecimento de água. "Por falta de chuva, apenas 40% das áreas foram cultivadas e chega a 90% o índice de perda da safra agrícola", informou. "Devemos decretar situação de emergência no próximo dia 16".
Em Solonópole, no Sertão Central, a situação é semelhante aos demais Municípios da região. De janeiro a março choveu apenas 173 milímetros. "Apenas 10% da área agrícola foi cultivada", disse o secretário de Agricultura, José Rosenildo Lima. "A perda passa de 80%".
Em Tauá, na região dos Inhamuns, a secretária de Agricultura, Nilda Souza, considera a situação "preocupante e grave". Quem plantou em janeiro sofreu perda total da lavoura e quem fez o cultivo em fevereiro e março já registra perda de mais de 50%. "A cultura do milho foi a mais afetada", explica.
Os secretários de agricultura dos Municípios afetados pela estiagem estão preocupados. "Todos os dias, recebemos visita de agricultores perguntando sobre alguma providência", contou Raimundo Martins, secretário de Agricultura de Saboeiro, na região dos Inhamuns. "Aqui, o quadro é triste", disse. "Mais de 80% dos produtores não plantaram. A terra permanece seca".
Fonte: Caderno Regional do jornal Diário do Nordeste
Madalena
No município de Madalena aconteceu nesta segunda-feira 9, uma reunião com a participação de entidades representativas da agricultura e da pecuária no município, secretaria municipal da Agricultura, Ematerce, câmara municipal e igrejas, onde o primeiro ponto da pauta de reinvidicações elabarada, é a solicitação ao poder executivo municipal para que seja decretado estado de emergência no município.
Nenhum comentário:
Postar um comentário