As obras Transposição do Rio São
Francisco, com cerca de 60 % dos serviços concluídos, receberão nesta
terça-feira, a visita da presidente da República, Dilma Rousseff. Ela
cumprirá sua segunda agenda na região, conforme a Assessoria de Imprensa
do Ministério da Integração Nacional. A presidente retorna à obra na
região depois dois anos, quando esteve em Mauriti, para anunciar a
retomada dos trabalhos, após adequações no projeto, e chegou a se reunir
com vários empresários de consórcios na região. Também passou
recentemente pelo Aeroporto de Juazeiro, e visitou obras no sertão do
Estado de Pernambucano.
Ela irá desembarcar no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em
Juazeiro do Norte, mas até o final da manhã de ontem sua agenda ainda
não estava fechada em relação ao horário previsto de sua chegada na
região. Do local, a presidente Dilma seguirá para a cidade de Jati, onde
está sendo construída uma das maiores barragens da Transposição, num
dos eixos das obras para cidades do interior da Região Nordeste.
Iniciadas ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em
2007, as obras da transposição, que têm como meta beneficiar cerca de 12
milhões de nordestinos, devem ficar prontas até o próximo ano,
mobilizando sua capacidade máxima de contratação de funcionários, com
trabalhos distribuídos durante 24 horas.
Mais da metade dos investimentos previstos já foram gastos na obra. São
cerca de R$ 4,5 bilhões, dos R$ 8,2 bilhões anunciados. A transposição
do Rio São Francisco beneficiará populações do sertão dos Estados do
Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, com a redistribuição
das águas, num dos maiores projetos governamentais já executados na
Região Nordeste.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, há no canteiro de
obras, mais de 2,9 mil máquinas em funcionamento, além de cerca de 10
mil trabalhadores. O projeto é formado por dois canais que percorrem 477
quilômetros lineares. A Integração do Rio São Francisco também envolve a
construção de 14 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27
reservatórios e quatro túneis para transporte de água. O objetivo é
garantir a segurança hídrica em 390 cidades nos quatro estados
beneficiados.
Durante a sua vinda em fevereiro de 2012, a presidente destacou a obra
da transposição como estratégica, assegurando ao Nordeste melhores
condições de desenvolvimento. Ainda classificou como uma das mais
significativas desse início de século, por criar condições de se ter uma
agricultura diferenciada, numa região que se caracteriza pela seca. A
reconfiguração da obra, desde a sua base inicial, foi realizado em 2011.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o Projeto de
Integração do Rio São Francisco já conta com todas as etapas de execução
100% contratadas e em andamento. Em meados de abril deste ano, o
ministro Fernando Teixeira esteve em Jati visitando as obras e disse que
o objetivo é concluir o canal até o próximo ano. Ele foi acompanhado
por uma comissão de empresários da Federação das Indústrias do Estado do
Ceará (Fiec), dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
As obras concluídas até o momento referem-se aos dois Canais de
Aproximação do Eixo Norte e Leste. Diversos trechos do Eixo Norte estão
em funcionamento 24 horas por dia, incluindo os municípios Brejo Santo,
Jati e Mauriti, no Estado cearense, e São José das Piranhas, na Paraíba.
Com isso, é dado segmento ao canal, na construção dos 15 quilômetros do
túnel Cuncas I, o maior da América Latina, localizado também em
Mauriti, e também nos municípios pernambucanos de Salgueiro e Cabrobó.
O Projeto também prevê recursos de quase R$ 1 bilhão (cerca de 12% do
total) para programas básicos ambientais, conforme condicionantes do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). O empreendimento garantirá o abastecimento de água desde
grandes centros urbanos da região, como Fortaleza, Juazeiro do Norte,
Crato, Mossoró, Campina Grande e Caruaru, até centenas de pequenas e
médias cidades no semiárido e de áreas do interior do Nordeste,
priorizando a política de desenvolvimento regional sustentável.
Cinturão das Águas
No Ceará, a redistribuição das águas do São Francisco será ampliada por
meio do investimento do Governo do Estado, no projeto Cinturão das
Águas, beneficiando a produção agrícola em dezenas de municípios,
inclusive no Cariri. As ações no projeto vão garantir o acesso à água
para a região Nordeste, que possui 28% da população brasileira e apenas
3% da disponibilidade de água, o que provoca grande irregularidade na
distribuição dos recursos hídricos, pois o rio São Francisco apresenta
70% de toda a oferta regional.
As bacias beneficiadas pela água do Rio São Francisco serão: Brígida,
Terra Nova, Pajeú, Moxotó e bacias do Agreste, em Pernambuco; Jaguaribe e
Metropolitanas, no Ceará; Apodi e Piranhas-Açu, no Rio Grande do Norte;
Paraíba e Piranhas, na Paraíba. A previsão é que sejam recuperados 23
açudes e mais 27 reservatórios sejam construídos.
(Diário do Nordeste)
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