sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A escolha certa

No próximo dia 07 de outubro temos um compromisso com a democracia, elegendo nossos representantes municipais. Muito mais que um dever cívico, o ato de escolher aqueles que terão a missão de conduzir os destinos de nosso município representa a vontade maior de uma sociedade. Muitas pessoas comparecem para votar pelo simples fato de se manterem em dia com a Justiça Eleitoral. Para elas, pouco importa se os eleitos cumprirão com as promessas de campanha ou se foram éticos durante as aparições na mídia. Concluem que sua participação encerra-se no momento em que ouvem o conhecido sinal sonoro emitido pela urna eletrônica confirmando o êxito na manipulação das teclas. Esse sentimento de alívio é observado no semblante da maioria dos eleitores na saída da sessão eleitoral, como se sua participação no processo democrático tivesse se findado naquele momento. Esquecem-se que a parte mais importante ainda está por vir. O acompanhamento dos eleitos durante o mandato é imprescindível, pois estes são os portadores dos anseios do povo. As suas decisões influenciarão diretamente a vida dos munícipes.

O fato de escolher os representantes pelos próximos quatro anos é apenas uma das etapas na busca pela democracia. As esperanças por dias melhores convergem e se encerram num único ato, de pouquíssima duração, mas de extrema relevância para o futuro. O período de campanha eleitoral tem como objetivo apresentar os candidatos e suas propostas (muitas delas mirabolantes) e o eleitor não pode permanecer indiferente. Nesses dias temos a oportunidade de conhecer os planos de governo (ou não) daqueles que colocaram seu nome à apreciação pública, seja através de material impresso ou nos meios de comunicação. É uma forma de avaliar o desempenho dos postulantes aos cargos municipais, se bem que as promessas de campanha geralmente (e infelizmente) não são cumpridas. É exatamente nessa época que assistimos a cenas das mais ridículas possíveis e imagináveis. Existem candidatos que sequer conseguem decorar meia dúzia de palavras. Como podemos vislumbrar algo de produtivo em pessoas com tão pouco (ou nenhum) preparo?

Seria razoável esperar dos partidos políticos a exigência de critérios mínimos na escolha de seus candidatos. Em alguns casos, tem-se a nítida impressão que as agremiações aceitam qualquer um que se seja filiado e se apresente para a empreitada, mesmo aqueles sem perfil algum para o cargo. A legislação eleitoral determina a proporcionalidade entre homens e mulheres na composição da chapa. Talvez por conta desse quesito a qualidade dos candidatos vem despencando vertiginosamente. Em todo o país se sucedem as esquisitices protagonizadas pelos pretendentes a cargos eletivos. De nomes bizarros registrados no Tribunal Regional Eleitoral a momentos hilariantes proporcionados pelos aspirantes a alguma coisa. Nota-se claramente que o verdadeiro objetivo dos partidos políticos é atingir o número necessário para viabilizar as candidaturas. A qualidade (?) dos candidatos vem sem segundo plano.

Portanto, a responsabilidade do eleitor é enorme. Cabe a ele escolher com sabedoria, elegendo os mais preparados para aquela nobre função. Então vote certo, vote consciente. Faça valer sua vontade maior por um país mais justo.
    
José Luiz Boromelo, escritor e cronista

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