quinta-feira, 2 de maio de 2013

Ceará recebeu apenas 20% do milho prometido pelo governo federal

Após um mês da visita da presidente Dilma Rousseff ao Ceará, quando anunciou a entrega de 49,1 mil toneladas de milho como medida de combate à seca no Estado, só 20% do compromisso foi cumprido

Até hoje, foram entregues cerca de 10 mil t, informou o superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Agenor Pereira. Dilma esteve em Fortaleza dia 2 de abril, para participar da 17ª reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da Sudene. Em seu discurso, prometeu disponibilizar, ao todo, 340 mil t de milhos para o Nordeste, nos meses de abril e maio. Os grãos são destinados a pequenos criadores de aves, suínos, bovinos, caprinos e ovinos, que têm sofrido com a estiagem deste ano.

O milho a granel que chegou ao Ceará foi transportado via rodoviário. Entre causas que contribuíram para o baixo percentual de chegada do produto foi a ausência de interessados em transportar o produto por via marítima. Em abril, a Conab realizou dois leilões para o transporte das 30 mil t de milho ao Estado por cabotagem (transporte entre portos de um mesmo país), mas não houve interessados. Um novo leilão está marcado para a próxima segunda, 6. Para que essa carga seja transportada por via terrestre, por exemplo, seriam necessários, pelo menos, mil caminhões.

“O Governo (Federal) não tem culpa se não aparece concorrente. Mas mesmo assim ele conseguiu o aumento de 19,1 mil para 33 mil toneladas para o Ceará. E agora o prazo para o transporte marítimo aumentou para 30 dias e pode ser que agora eles concorram. Mas caso (o milho) não chegue de navio, continuará chegando de caminhão”, garantiu o secretário estadual do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins.

Para compensar o atraso na entrega do cereal, prevista para acontecer entre 27 de maio e 3 de junho no Ceará, a Conab de Brasília autorizou o envio de mais 20 mil t aos produtores do Estado, por via terrestre. Conforme Flavio Saboya, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), a situação dos criadores cearenses só não está pior por causa das chuvas, que tem garantido, pelo menos, a forragem para os animais.

(O Povo)

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